O sol lá fora, tão quente que queima...mas dentro, no refúgio das paredes, na privacidade de um quarto qualquer, dois corpos ardem, suor e suspiros, gozo e drama, e o suor, que banha a pele, refresca e cai...
A força vital, a vida que começa, o grito de dor, a dor mais querida, suor e sangue, uma mulher e seu dom, o filho da esperança, que rasga sua pele, que abre caminho aos brados, o sorriso brinca aos lábios da mãe, mesmo em sua dor, e o suor, que banha a pele, refresca e cai...
O calor insuportável, o reflexo dos carros, a cegueira momentânea, a tontura que logo passa, o menino segue em busca de uns trocados, " cinquenta centavos o saco de balinhas senhor, é pra ajudar minha mãe, ela é doente...", os olhares duros, os sorrisos forçados, as moedas tilintando pelo bolso, o calo no pé que incomoda, e o suor, que banha a pele, refresca e cai...
Ah, sede maldita! o sol fora da barraca é maligno, a sede incomoda, maldita hora em que a decisão de uma tarde na praia ocorrera! a água não lhe satisfaz, a areia incomoda, o burburinho das pessoas irrita, o olhar cega, a pele arde, e o suor, que banha a pele, refresca e cai...
Uma certeza, uma intenção, uma arma na mão, gatilho puxado, sem pensar duas vezes, o sol reflete no aço e o tiro ecoa: BANG! e o sangue, que corria nas veias, e aquilo que era vida, já não é mais, e não mais o suor banhará a pele,e nada mais que um corpo cai...
Postado por
kirah
2 comentários:
Uma arma,uma vida,sangue, suor arrependimento,fuga e fim, alinhavados em bela construção...
Por vezes a vida é tão fatalmente injusta!...
Beijos,
AL
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